sábado, 22 de dezembro de 2012

Querem nos fazer gostar de filme brasileiro porquê é brasileiro


Nosso medíocres cineastas querem que nós brasileiros vejamos o cinema brasileiro pelo simples fato de ser brasileiro. Quase ninguém ama algo por ser de seu país ou ser seu, senão só diríamos que é bom algo nosso.Qualificariam como ruim , tudo o que fosse alheio. As pessoas gostam apenas daquilo que lhes parece bom.

Ninguém deve buscar valorizar a cultura nacional pelo simples fato de ser  nativo daquele local, mas porque ela contém positividades ou porque tem aspecto que lhe são agradáveis como a culinária.



Veja abaixo o show de autoritarismo de nossos cineastas:

A ocupação das telas de cinema

Não é antiamericanismo, mas preocupa "Crepúsculo" e "007" terem dominado as salas. Fica muito difícil competir, pois eles investem muito em publicidade

No dia 15 de novembro, estreou a última parte da saga Crepúsculo no país. O filme entrou em 1.213 salas ao mesmo tempo.

Afinal, tantas pessoas querem ver o filme? Essa quantidade de salas é algo realmente necessário?

O Brasil tem cerca de 2.200 salas. Ou seja, um único filme ocupa cerca de 60% dos cinemas do país!

Se considerarmos que o novo filme 007 está em outras 400, temos mais de 1.600 salas (75% do total) com apenas dois filmes em cartaz.

Quem quer ir ao cinema é quase empurrado para ver um desses títulos. Não é o caso de pedir a ação dos órgãos que deveriam garantir a concorrência, que deveriam evitar o monopólio, a concentração? Quando a Nestlé quis comprar a Garoto e ficar com 70% do mercado de chocolate, houve um enorme debate, que movimentou órgãos do governo.

Dois filmes podem ter 75% das salas? Nesse caso, ainda temos a questão da diversidade -afinal, mesmo sendo um negócio, o cinema envolve diversos aspectos culturais.

É assistindo a filmes que muitos dos hábitos e costumes são formados. Foi através do cinema que os Estados Unidos, a partir dos anos 1950, impuseram os seus hábitos ao mundo, por exemplo, e isso obviamente tem implicações econômicas. Com os filmes, veio o "american way". Todo mundo passou a usar jeans, comer hambúrguer e escutar rock.

Não se trata de xenofobia ou discurso antiamericano. Mas o capitalismo prevê mecanismos para evitar excessos. No mercado de cinema, não se vê isso.

Para exemplificar: em 2005, Harry Potter 4 fez 4,3 milhões de ingressos com 550 cópias. Em 2007, o quinto filme fez 4,2 milhões com 787 cópias. Em 2010, o sexto fez 4,3 milhões com 861 salas. Ou seja, não houve aumento de público e o número de telas aumentou 60%.

Não parece evidente que o aumento de ocupação de salas serve para diminuir a concorrência? Quanto mais cópias, maior o investimento em publicidade. E, portanto, maior o impacto na decisão do consumidor.

Fica cada dia mais difícil competir. O alto gasto de recursos em publicidade para impedir a concorrência é outra prática irregular. A digitalização tornará isso ainda mais cruel. Não haverá o custo de cópia para inibir a ampliação do número de telas. Poderemos ter, no limite, um filme lançado em todas as salas!

Urge que os órgãos tomem uma atitude. Eu gosto de pizza, eu gosto de hambúrguer. Mas também de comida francesa e tailandesa.

Eu quero poder ter a chance de chegar num cinema de oito salas e ter pelo menos oito filmes em cartaz para escolher. Isso não é do interesse apenas dos produtores nacionais que não conseguem exibir seus filmes. É do interesse do consumidor que não tem opções.

O país não pode permitir a exploração de seu mercado de maneira predatória, deixando corações e mentes de todos submetidos a um produto pasteurizado e global.

autor: ANDRÉ STURM, 46, é cineasta e diretor-executivo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS). Foi diretor do Cine Belas Artes

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/83699-a-ocupacao-das-telas-de-cinema.shtml

Mesmo premiados, filmes brasileiros esbarram em blockbusters

Premiado em festivais de cinema na Itália, na Rússia e em Gramado (RS), o longa-metragem "Colegas" está pronto desde janeiro deste ano, mas ainda não conseguiu estrear nos cinemas brasileiros.

"Tentamos lançar o filme no 9 de novembro, mas 'Crepúsculo' ocupou mais da metade dos cinemas e não nos deu chance", afirmou Marçal Souza, produtor de "Colegas".

Para ele, o mais importante agora para o audiovisual brasileiro é tentar "conscientizar o público brasileiro a ver cinema nacional novamente".

O debate sobre a presença da produção brasileira nas salas de cinema do país ganhou força no último dia 14 com um artigo publicado nesta Folha por André Sturm, cineasta e diretor-executivo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS).

Em seu texto, que deu origem a discussões em redes sociais e no setor audiovisual, Sturm afirma que o Brasil "não pode permitir a exploração de seu mercado de maneira predatória, deixando corações e mentes de todos submetidos a um produto pasteurizado e global".

Ainda segundo ele, o tema não é de interesse "apenas dos produtores nacionais que não conseguem exibir seus filmes", mas também do público.

Para Vinícius Coimbra, diretor de "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", os filmes nacionais não são avaliados por seu conteúdo, mas sim por uma 'tagline', por um resumo.

"No nosso caso, eles se assustaram um pouco por ser baseado em uma história do Guimarães Rosa, acharam que não teria apelo comercial, que seria hermético", disse Coimbra.

Pronto desde setembro do ano passado, o filme venceu cinco prêmios no Festival do Rio 2011, mas ainda não estreou.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1203173-mesmo-premiados-filmes-brasileiros-esbarram-em-blockbusters.shtml

Governo projeta rede alternativa de cinema

Enquanto mais de 60 filmes brasileiros aguardam para estrear nos cinemas, 61% das salas do país exibem hoje estrangeiros como "O Hobbit" ou a última parte da saga "Crepúsculo". Já a produção nacional que estreou neste ano viu sua fatia de público cair 31,8% --de 13,5% para 9,2%-- em relação a 2011.

É neste cenário que Leopoldo Nunes, ex-diretor da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e da TV Brasil, assume a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. O órgão tem entre suas responsabilidades a elaboração de políticas públicas para o cinema e o audiovisual.

Em entrevista à Folha, Nunes diz que a nova lei da TV paga (com cotas para conteúdo nacional) aumentará a fatia brasileira também nos cinemas. Mas, para ele, a prioridade não é criar reservas de mercado, mas garantir que as obras brasileiras cheguem ao público.

"Há um número limitado de cinemas no país, quase 2.500. O ideal seriam 4.000, mas isso não ocorrerá em curto prazo. Vamos investir em formas alternativas de difusão, como os 360 CEUs das Artes que serão construídos, cineclubes, Sescs, praças, pontos de exibição", disse.

Para ele, o governo não pode obrigar o público a assistir a um filme brasileiro, mas tem como obrigação garantir que eles sejam exibidos.

"Precisamos formar público, capacitar criadores e promover o encontro entre espectadores e obras nacionais. Há títulos ótimos que, mesmo com a cota de tela no cinema [exigência legal de exibição de filmes brasileiros], não têm condições de competir com estrangeiros."

A peça-chave da estratégia traçada por Leopoldo Nunes para o setor é a Programadora Brasil, programa federal que abastece hoje 1.625 pontos de exibição em 850 municípios com um acervo de quase mil obras nacionais.

"A meta é que, em dois anos, chegue a 4.000 títulos. Parte virá da digitalização de obras da Cinemateca [também ligada à secretaria]. Há um potencial enorme para exibir essas obras. Há 18 mil telecentros, as pessoas podem vê-las via internet."

Criada em 2007, a Programadora Brasil registra um público total de 600 mil ao longo de mais de 17 mil sessões.

"Estimo que o número de espectadores passe de dois milhões, pois nem todas as sessões registram o público", diz Caio Cesaro, coordenador da Programadora Brasil. Surgem anualmente, em média, 250 pontos de exibição (cineclubes, centros comunitários, praças, escolas etc.).

A exibição alternativa mostra que o alcance de filmes nacionais vai muito além das estatísticas do circuito comercial. O documentário "O Chamado de Deus" (2001), de José Joffily, por exemplo, levou 4.535 pessoas aos cinemas.

Em pontos de exibição do programa federal, ele foi visto por 3.341 espectadores --ou seja, o público total é 73% maior.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1203166-governo-projeta-rede-alternativa-de-cinema.shtml

Comentário:

E os nossos cineastas querem nos obrigar a ver cinema brasileiro porque é brasileiro.

Foi falado na necessidade de concorrência, mas o cinema brasileiro perde espaço não por golpe baixo ou alguma fusão, mas porque é incompetente. Eles não conseguem concorrer com o cinema ameriano por falta de qualidade..

Quando alguém come algum prato típico local, come por que é saboroso ou por que é um prato típico de sua região?

Suponhamos que numa concessionária você topa com uma carro brasileiro 1.0 sem vidros elétricos, freio abs, não tem direção hidramático ou câmbio automático e um carro estrangeiro 1.6 todo equipado, e ambos com o preço equivalente. Qual deles você compraria? Comprara  o mais equipado ou o nacional por ser nacional?

Ninguém deve assistir a um filme porque é brasileiro, mas porquê lhe é agradável.

Quanto aos prêmios no exterior, cada ser humano tem direito a sua opinião  a gostar daquilo que he bem aprouver, o gosto de cada um é diferente, não deve ninguém ser obrigado a achar um film bom porque determinado critico gostou.

Cinema é fantasia, não vai aumentar seu conhecimento, só serve para divertir, não se sinta culpado por gostar do chamado filme de "entretenimento" e não dos filmes "cults", porque ambos são apenas fantasia e feitos para divertir.



Um comentário:

  1. Como cineasta nascido no brasil não acho que queira que as pessoas brasileiras vejam os meus filmes por serem brasileiros. A Arte da imagem e da significação extensiva da imagem através de sons é universal e por isso faço filmes para todo o mundo. Convido-o a ver o meu filme "Anticinema ou o Som da Imoblidade Correndo" no Youtube. Obrigado e bem-haja.

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